CILC | Circuito Itinerante Livre de Cinema
Audiovisual como ferramenta de transformação nas periferias de Fortaleza
O Circuito Itinerante Livre de Cinema (CILC) é uma iniciativa que busca promover o cinema independente cearense em sessões públicas e gratuitas. Com uma forte ligação com os territórios periféricos, o CILC nasce como um movimento coletivo, construído a muitas mãos, para fortalecer o audiovisual como expressão cultural e instrumento de autonomia e identidade das comunidades.
O projeto foi executado ao longo de nove meses, entre julho de 2024 e abril de 2025, com ações sistemáticas de difusão audiovisual em bairros periféricos de Fortaleza. Essa temporalidade foi fundamental para o fortalecimento de vínculos com as comunidades e para a consolidação de uma rede de cineclubes locais em constante articulação.

Fortalecimento dos cineclubes e dos coletivos locais
O CILC realizou uma mapeamento de agentes e coletivos de difusão audiovisual nas periferias de Fortaleza, fortalecendo a atuação de cineclubes e pontos de exibição comunitários. A cada quinze dias, foram realizadas sessões com curtas-metragens prioritariamente de autores cearenses, proporcionando acesso a obras que dialogam com os cotidianos, histórias e resistências locais.


Cultura periférica, juventudes e reconfiguração visual
O CILC é resultado de uma articulação coletiva de agentes culturais e moradores das periferias de Fortaleza, com o objetivo de fortalecer o repertório dos próprios grupos exibidores, cineclubistas e coletivos de cinema dessas regiões.
Além de ampliar o acesso ao cinema, o projeto promove a experimentação audiovisual em territórios historicamente excluídos dos circuitos hegemônicos de formação e exibição. A manutenção dessa ação oferece subsídio estrutural aos coletivos locais, garantindo autonomia, continuidade e sustentabilidade para o calendário proposto.
Um projeto alinhado às políticas públicas e à diversidade cultural
Ao estimular a formação de público e valorizar as produções locais, o CILC atua em consonância com as políticas públicas de cultura e com o que determina o Decreto Legislativo nº 485/2006, que ratifica a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Em um contexto globalizado que tende a padronizar linguagens e narrativas, fortalecer a produção audiovisual local é um imperativo para garantir a diversidade cultural e os referenciais identitários das periferias. O CILC se insere nesse processo, ampliando o olhar sobre os territórios populares e reafirmando o direito à arte, à memória e à imaginação coletiva.

25 bairros atendidos com sessões públicas e gratuitas
O circuito teve início no dia 19 de julho de 2024, com a primeira sessão realizada na Associação de Moradores do Planalto Pici, em comemoração aos 34 anos do bairro. O filme exibido na abertura resgatou a história do próprio Planalto Pici, marcando o compromisso do projeto com a valorização das memórias e vivências das comunidades.
Ao todo, foram atendidos 25 bairros de Fortaleza, entre eles: Itaoca, Itaperi, Planalto Pici, Panamericano, Vila Velha, Pirambu, Vila Pery, Siqueira, Conjunto Ceará, Parangaba, Álvaro Weyne, Antônio Bezerra, Barra do Ceará, Bela Vista, Boa Vista, Bom Jardim, Genibaú, Moura Brasil, Granja Portugal, Henrique Jorge, Passaré, Sapiranga, Messejana, Jangurussu e Carlito Pamplona.
bairros
sessões de cineblube
pessoas no público
grupos parceiros envolvidos
curtas-metragens exibidos

Curadoria

Artista de Fortaleza que transita entre o Design-Moda, Artes Visuais, Dança e Audiovisual, Bárbara Moura atualmente está no 5° semestre de Design-Moda na Universidade Federal do Ceará (UFC) e com estágio na KUYA - Centro de Design do Ceará. Fez produção e Curadoria de cinco edições da "MILC - Mostra itinerante Livre de Cinema", ministrando formações em audio visual nas periferias e interiores; direção do curta "A Lenda Cotidiana" (CE) premiado no 27° Cine Ceará - 2017; animação do curta "Dakobo" (PE) 2022, ambas ações do "Estúdio Entre Olhos". Integrante da "Festa Crioula" (CE), onde já atuou como VJ. Ações cineclubistas, direção de arte e elenco de curtas metragens em parcerias com: "Cine Cajá" (PE) 2019, "Visão Periférica" (CE) 2021, "ÒDÀRÀ Produções" (CE) 2018, e "Coletivo Pode Crer " (CE) 2013. Participou de diversas oficinas e mini cursos de cinema e audio visual em instituições como "Vila das Artes" e "CUCA Barra" (CE).

Clébson Francisco é pesquisador, educador, curador independente e produtor, atua na
cultura com produção, produção executiva, gestão e coordenação de projetos no campo do audiovisual e das artes visuais, na educação não-formal, especificamente na formação emartes. Coordena o Arquivo Presença – plataforma de pesquisa, arquivo e memória, o Mapa do Cinema Negro – plataforma de pesquisa e difusão audiovisual, e é um dos idealizadores e atualmente coordenador geral da Infinita Festival de Cinemas Negros e Indígenas. Colabora com processos de acompanhamento artístico, orientação e consultoria em projetos de roteiros cinematográficos e de montagem de obras fílmicas. É Diretor Executivo na BREU CC, uma empresa do campo da economia criativa e produção cultural, que desenvolve projetos e ações voltadas para o cinema, as artes visuais e as artes integradas.

